A PJ atribui a preferência das organizações por Portugal devido à “facilidade de criação de empresas proporcionada pelo sistema ‘Empresa na Hora’” © mikroman6
Portugal entrou na rota de redes internacionais dedicadas à prática de burlas informáticas no estrangeiro. Desde janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) detetou a movimentação de pelo menos 15 milhões de euros – o dobro da quantia interceptada em todo o ano passado, conta o “Jornal de Notícias” esta segunda-feira.
Estes redes atuam através da criação de empresas de fachada, que depois são utilizadas para lavar os lucros obtidos com os crimes.
A PJ atribui a preferência das organizações por Portugal devido à “facilidade de criação de empresas proporcionada pelo sistema ‘Empresa na Hora’”, mas a ligação é rejeitada pelo Ministério da Justiça.
“O Ministério da Justiça desconhece a relação causal entre o balcão “Empresa na Hora”, que existe desde 2005 e não dispensa ato presencial, e o crime organizado”, sublinha, em resposta ao JN, a tutela.
O balcão “Empresa na Hora” permite criar, num único momento, sociedades comerciais por quotas, unipessoais por quotas e anónimas.
Esta “vantagem competitiva de Portugal” está a ser “aproveitada” por associações criminosas da Europa do Leste ou da África subsariana para lavar dinheiro obtido com burlas informáticas sobre residentes nos Estados Unidos, França e Itália.